José Welmowicki (Zezoca)

Militante trotskista da corrente agrupada na Liga Internacional dos Trabalhadores-Quarta Internacional (LIT-QI) e do PSTU (Brasil) há 50 anos.

Zezoca nasceu em Niterói (Estado do Rio) em 1952 de pais judeus seculares que haviam emigrado da Europa do Leste para o Brasil. Seu pai era polonês e militante do Partido Comunista, sua mãe nasceu no antigo território da Bessarábia (hoje Moldávia). Ambos perderam a maioria dos seus familiares nos campos de concentração nazistas.

Zezoca começou uma atividade política e cultural na década de 60 em organizações judaicas, mas logo rompeu com o sionismo de “esquerda”, permanecendo a partir daí como um decidido opositor do sionismo e do Estado de Israel, cujos crimes denuncia sistematicamente. Em seus artigos sempre faz questão de frisar que defende a causa palestina e, mesmo sendo judeu, defende o fim do Estado genocida de Israel.

Na década de 70, começou sua militância no movimento estudantil na Faculdade de Engenharia da UFF, onde foi presidente do Diretório Acadêmicos dos Estudantes. Essa foi a pior época da ditadura militar brasileira, quando diretórios estudantis foram fechados, inclusive o da Engenharia da UFF, vários de seus colegas foram presos e inclusive assassinados pela repressão.

Após se formar como engenheiro, Zezoca fez um mestrado em Ciências Sociais na Unicamp, onde também participou ativamente do movimento estudantil. Foi obrigado a interromper o mestrado, mas o retomou no começo dos anos 2000 e sua tese de mestrado foi transformada depois em seu livro Cidadania e classe.

Em 1976, aderiu a Liga Operária, a primeira organização trotskista brasileira ligada à Tendência Bolchevique da IV Internacional dirigida por Nahuel Moreno. Desde então sempre militou nas fileiras das organizações que representaram essa corrente internacionalmente (a LIT-QI) e no Brasil, o Partido Socialista dos Trabalhadores (PST), a Convergência Socialista, o Alicerce da Juventude Socialista e, finalmente, em 1994, o PSTU. Foi dirigente da Convergência Socialista desde 1977 e participou das equipes de direção dessa organização no Rio de Janeiro. São Paulo e ABC.

Como militante socialista contra a ditadura foi monitorado pelos órgãos de repressão, perseguido, preso durante 4 meses em 1978, indiciado na Lei de Segurança Nacional (LSN) e demitido de mais de uma empresa.

Em 2013 foi reconhecido como preso e perseguido político pela Comissão de Anistia, tanto por sua prisão como por sua participação na equipe de redação do jornal Versus, que foi forçado a encerrar suas atividades pelo estrangulamento econômico que sofreu de parte do regime militar. Foi anistiado, mas só em 2024 foi conquistada a sua reparação econômica.

Neste longo período de 5 décadas de militância, Zezoca se dedicou especialmente, por mais de 30 anos, à militância internacionalista como parte do Comitê Executivo Internacional da LIT, integrante do Conselho Editorial da revista Marxismo Vivo e um dos coordenadores do Centro de Formação Marxista David Riazanov. Nesse período, viajou a vários países e participou ativamente das discussões dos Congressos da LIT, dos Seminários e ministrou cursos de formação. 

A produção reunida nesse site provém, em sua maioria, da rica experiência desses anos.